Qualidade - Índice de satisfação dos clientes.
Assunto: Qualidade – Índice de
satisfação dos clientes.
Para falarmos sobre satisfação de clientes devemos analisar
algumas facetas dos conceitos, apresentados por autores famosos, adotados pelas
empresas para mensurar o índice de satisfação de seus clientes.
Segundo Bernard H. Schmitt, em seu livro Gestão da
Experiência do Cliente, existem três abordagens principais que devem ser
repensadas: o conceito de Marketing, a satisfação do cliente e a gestão do
relacionamento com o cliente. Aqui trabalharemos com as duas primeiras.
Para o autor, a maioria das empresas que pregam como um de
seus valores a importância do cliente, baseia-se em um desses conceitos, porém,
essas teorias ainda estão focadas no produto e não no consumidor
especificadamente, assim como era antes da década de 1990, período que marca a
transição da orientação pelo produto pra a orientação para o mercado-alvo.
O renomado especialista em Marketing, Philip Kloter, diz que
o conceito de marketing, resumidamente seria identificar as necessidades do
mercado-alvo e suprir seus desejos com maior efetividade e eficiência que os
concorrentes.
Segundo Schmitt, partindo desse preceito de Marketing, os clientes são vistos apenas como seres racionais que fazem a
comparação mental de características funcionais e benefícios, quando, na
verdade, são pessoas freqüentemente envolvidas em compras motivadas pela
emoção, intuição e impulso.
Diz ainda, que o Marketing propõe a
diferenciação dos produtos se comparados a seus concorrentes, porém, apenas ser
diferente em aspectos triviais não garante que será suficiente e terá alguma
relevância para suprir as necessidades e superar as expectativas do seu
cliente.
Outro conceito de Marketing que prova
seu foco no produto, segundo o autor, é o conceito dos 4 Ps. Conforme ele
expõe, esse conceito diz que o produto precisa ser embalado (produto),
precificado (preço), anunciado (promoção) e distribuído (praça), formando uma
“lista de tarefas” voltada totalmente para o produto e esquecendo-se do “C” de
cliente.
Outra abordagem criticada pelo autor é
a satisfação do cliente. Segundo ele a satisfação também não é orientada para o cliente, já que nesse
modelo a satisfação é focada em resultados que mostram se os produtos ficaram
abaixo ou acima das expectativas dos clientes, ou seja, pode-se dizer que esses
índices de satisfação são como um feedback a respeito do produto, isso se deve
ao fato de expectativa e desempenho serem vistos de forma puramente funcionais.
Para Schmitt, as empresas devem
considerar todas as “dimensões experienciais do consumo”, como por exemplo,
mensurar como o produto ou serviço faz com que cliente se sinta, as associações
emocionais que têm a partir dele, e inúmeros outros indicadores que podem
demonstrar a verdadeira satisfação do cliente.
A indústria automotiva tem usado
constantemente esse paradigma de satisfação, onde o índice de satisfação dos
clientes é determinado a partir de detalhadas mensurações funcionais dos
veículos. Isso prova as falhas nesse tipo de modelo. Estar satisfeito com um
carro, vai muito além do fato dele ter o motor e o restante de seus componentes
funcionando corretamente, inclui a questão da estética, estilo de vida, acessórios,
entretenimento e prestígio, e, esses fatores, segundo o autor, raramente
aparecem em pesquisas de satisfação.
Assim como no conceito de marketing,
nesse modelo de conceito de satisfação falta novamente a inclusão do cliente,
pois, a preocupação é com a funcionalidade do produto e não com a experiência
do cliente.
O autor ainda faz três comparações:
com uma compra em um shopping, com a compra de um carro e com sexo.
Ele afirma que a pergunta que se deve
fazer ao fim de qualquer uma dessas relações é “como foi a experiência?”,
alegando que isso é bem diferente de perguntar “está satisfeito(a)?”.
Segundo ele a experiência é orientada
por processos e não por resultados, por isso é capaz de avaliar todos os
detalhes que fizeram parte do processo de compra do produto ou serviço e esses
detalhes é que concretizam a satisfação, que se torna uma conseqüência natural
do bom atendimento.
Referência Bibliográfica:
SCHMITT, Bernard H.. Gestão da experiência do cliente: uma revolução no relacionamento com os consumidores. São Paulo: Bookman, 2004. 184 p. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?id=AKofk2nIQ00C&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false>. Acesso em: 05 maio 2012.
SCHMITT, Bernard H.. Gestão da experiência do cliente: uma revolução no relacionamento com os consumidores. São Paulo: Bookman, 2004. 184 p. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?id=AKofk2nIQ00C&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false>. Acesso em: 05 maio 2012.
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